16 de novembro de 2012

Apócrifos: Inspirados ou não? - Parte 1


Vamos falar hoje sobre os livros apócrifos da Bíblia Católica Romana. Porque eles só se fazem presentes na Bíblia Roamana? Porque os Evangélicos não os usam? E porque eles são chamados Apócrifos? A respostas dessas perguntas você vai encontrar nesse estudo.


Antes de começar, queria deixar uma coisa clara aqui: NÃO TENHO A MENOR INTENÇÃO DE OFENDER OU FERIR A IGREJA CATOLICA ROMANA E SEUS SEGUIDORES. Enfim, vamos lá!

A Escritura Sagrada recebe o título de Bíblia, palavra grega que significa "livros", devido ela reunir um conjunto de livros inspirados chamados livros canônicos(Cânon bíblico). Cânon é uma palavra latina que significa "modelo". O termo latino é derivado do grego kanon, de "cana", instrumento de medida usado nos tempos bíblicos no lugar do nosso "metro" hoje. O cânon bíblico, portanto, "é a lista de livros inspirados que formam a Bíblia, os quais dão testemunho autorizado da revelação de Deus, servindo como norma de procedimento cristão, e como critério ou régua, através dos quais se mede e julga correto e justo um pensamento ou doutrina (Gálatas 6:16; II Timóteo 3:16)." - [Dicionário de Teologia Fundamental, págs. 122 e 123. Editora Vozes e Santuário, edição 1994.]

Os livros inspirados, como expressão da Palavra de Deus, que formam o cânon bíblico original, como regra de fé e doutrina, são 39 da Escritura hebraica do Antigo Testamento, e 27 do Novo Testamento, totalizando os 66 livros canônicos, que como verdades infalíveis e eternas, possuem autoridade final.

As Bíblias que contém sete livros a mais foram extraídas da "Bíblia grega", ou "Septuaginta", traduzida na Bíblia hebraica para o grego no ano 250 a.C., quando então foram incluídos outros sete livros, que não faziam parte dos livros inspirados da Bíblia hebraica original, que são: Tobias, Judith, I e II Mababeus, Sabedoria, Eclesiástico e Baruc. -[ Frei Mauro Strabeli, Bíblia, perguntas que o povo faz, págs. 16 e 17, Edição Paulinas.]

Naquela época, a Grécia cominava o mundo e foi o rei Ptolomeu Filadelfo, do Egito, que ordenou a tradução da Septuaginta. Provavelmente os sete livros foram anexados a ela, a pedido dele, na ocasião ou posteriormente. Mas porque esses sete livros não devem ser aceitos como inspirados ou canônicos?


·         Como lembra o Frei Mauro Strabeli, "a Escritura do Velho Testamento, considerada como original, é a Bíblia hebraica, cujos livros foram como ´canônicos´ de início e sem nenhuma discussão". - [Ibidem, pág. 16.]

·         Esses livros não foram escritos por profetas, pois era uma época de interrupção na sucessão profética. Por isso, só os 39 livros eram considerados divinos ou inspirados, argumenta o respeitado historiador judeu Flávio Josefo, nascido pouco depois da morte de Cristo. - [Resposta a Ápíon, Livro I, 8]

      Segundo Josefo, o cânon do Antigo Testamento com 39 livros, foi fechado entre 465 e 425 a.C..  E no ano 90 d.C., o concílio judaico de Jamni analisou os demais sete livros, mas os rejeitou. - [Resposta àquelas Perguntas, pág. 53, Editora Candeias.]

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     Além dos sete livros não fazerem parte do cânon bíblico original, eles só foram considerados como inspirados pela Igreja Católica no Concílio de Trento, em 8 de abril de 1546, sendo chamados deuterocanônicos [ou canônicos de segunda época]. - [Dicionário de Teologia Fundamental, pág. 124. Editora Vozes, edição de 1994.] 

    A Igreja Católica oficializou-os, objetivando deter o movimento de Reforma Protestante. 

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     Os judeus, aos quais Deus confiou no passado a guarda das Escrituras e Seus oráculos (Romanos 3:2), "só aceitam como inspirados o cânon hebraico de 39 livros. Eles rejeitam os sete livros tidos como deuterocanônicos." - [Bíblia do Pontífice de Roma, pág. 6.]



·     Jesus e os apóstolos só usaram os 39 livros hebraicos originais, pois eles citaram 1.378 vezes o Antigo Testamento, mas nenhuma só vez os sete livros. Portanto, o escritor Josefo estava certo ao afirmar: "Só temos 39 livros, os quais temos justa razão para crermos que são divinos".- [Resposta a Ápio, livro I, 8.]
   

     A Igreja cristã primitiva os rejeitou como inspirados e canônicos, permitindo que fossem lidos só como livros de edificação histórica. - [Manual Bíblico, pág. 358.]

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     Os Pais da igreja, tais como Atanásio, Gregório, Hilário, Rufino e Jerônimo, adotaram o cânon dos 39 livros hebraicos. - [Bíblia do Pontífice de Roma, pág. 6.]

      (Continua...)