23 de agosto de 2010

Capítulo 7 - O Purgatório Existe?

A Bíblia nunca fala de um lugar onde alguém possa ser purificado de seus pecados. De preferência ela fala de uma Pessoa através da qual podemos ser purificados: Jesus Cristo. Deus avisa que aquele que se recusa a confiar em Cristo para se purificar de seus pecados é condenado: quem nele crê não é julgado; quem não crê, já está julgado, porque não creu no nome do filho único de Deus (João 3:18). Só há duas escolhas: Quem crê no Filho tem a vida eterna. Quem recusa crer no Filho não verá a vida. Pelo contrário, a ira de Deus permanece sobre ele (João 3:36); Ver também Apocalipse 20:15; Lucas 16:19-31, especialmente o verso 26. Qualquer um que aceitar Jesus Cristo está completamente salvo: Portanto, não existe mais condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus (Romanos 8:1). Se não há condenação, então ficam eliminadas as chamas do Purgatório.

Outra passagem que exclui claramente a idéia de Purgatório é Hebreu 10:17, que diz: ... Não me lembrarei mais dos seus pecados nem das suas iniqüidade,. Se, como a Bíblia diz, Deus não mais se lembrará dos pecados dos que estão em Cristo, Ele também não os punirá por esses pecados. Fazer isso seria dizer que Cristo não pagou completamente por eles e que Deus Pai ainda se lembra deles. Ver ainda Romanos 5:8; Hebreus 10:14-18; Salmos 103:12.

Qualquer um que não acreditar que Cristo o salvou completamente, também não confiou totalmente em que o Seu sacrifício pagou todos os seus pecados e acha que ainda terá de pagar por alguns deles. Contudo, somos salvos quando deixamos de confiar no que fazemos, para começar a confiar somente em Cristo para nossa salvação.

A idéia de que o sacrifício de Cristo não é suficiente para nos purificar de todos os pecados iria condenar um grande pecador como o ladrão que foi crucificado junto com Jesus a sofrer um longo tempo no Purgatório ou a eternidade no Inferno! Em vez disso, nada foi deixado a ser feito após a morte de Cristo na cruz. Quando o ladrão colocou sua confiança em Cristo, Jesus lhe disse: em verdade, eu te digo, hoje estarás comigo no Paraíso (Lucas 23:43).

Se o Purgatório existisse e a Missa ajudasse as pessoas a sair dele, os ricos teriam uma tremenda vantagem pelo fato de poderem pagar missas abreviando, assim, o seu sofrimento. Quanto aos pobres seriam estes deixados à mercê de um sacerdote ocasional que rezasse missas gratuitas por eles. Um ex-padre escreveu “Se nós realmente crêssemos que as missas podem salvar pessoas das chamas do Purgatório, iríamos exigir pagamento por elas? Eu até salvaria um cachorro se o visse no fogo, sem jamais pensar em lhe cobrar nada”!

O Purgatório evidentemente é uma idéia pagã. Virgílio, o poeta latino pagão, que viveu em 70 – 19 a.C., classificava as almas que partiam como destinadas a três lugares diferentes em seus escritos: Um para as almas boas, um para as almas condenadas, e o terceiro onde as almas medianas poderiam purgar os seus pecados. Uma vez que a idéia do Purgatório já existia fora da Igreja, antes de nela penetrar, é provável que tenha sido trazida pelo contato com pagãos como Virgílio. Houve um grande fluxo de idéias não bíblicas penetrando na Igreja lá pelos anos 300 d.C., quando o Imperador Romano Constantino recebeu muitas pessoas não convertidas como membros da igreja.

De qualquer modo, não há menção de Purgatório na Bíblia. Há quem dê a idéia de que a Bíblia faz referência a este assunto em 2 Macabeus 12:41-45, passagem encontrada num dos livros apócrifos escritos no Período Interbíblico, entre o Velho e o Novo Testamento. Tais livros jamais foram aceitos como parte do Velho Testamento judaico nem mencionados no Novo Testamento, porém foram incluídos na Bíblia Católica, embora com a explicação de que não são inspirados, como os demais. Fora essa passagem da 2 Macabeus, os apócrifos são pouco usados pela Igreja Católica para sustentar posições doutrinárias.

É importante notar que esta passagem não fala bem de Purgatório, mas realmente condena a idolatria, particularmente a prática de pendurar pequenas imagens no pescoço. Os soldados hebreus foram encontrados usando esse tipo de coisa depois de uma batalha, e seus agregados ao fazer tal descoberta, verificaram que eles haviam morrido no pecado da idolatria. Então resolveram orar pelas suas almas. A posição da Igreja Católica é que as orações feitas por eles não teriam sido necessárias se estivessem no céu ou no inferno, mas em outro lugar. A lógica parece boa, mas isso contradiz o ensino claro das Escrituras inspiradas. E contradizer as Escrituras inspiradas com uma resposta filosófica baseada numa inferência aparente dos apócrifos é realmente um argumento muito fraco. A palavra apócrifo vem do grego e significava escondido, vindo depois a ter o significado de falso ou de autoria duvidosa.

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